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Como Evitar Ambientes de Trabalho Tóxicos e Reduzir Afastamentos


Um ambiente doente adoece pessoas – e empresas
Um ambiente doente adoece pessoas – e empresas

Teve uma época da minha vida em que eu chorava antes de ir trabalhar. Não era porque eu não gostava da minha profissão. Pelo contrário. Mas a forma como era tratada naquele ambiente… a pressão, os gritos, o medo constante de errar. A sensação era de estar sempre pisando em ovos.


O que teria feito diferença? Uma liderança mais humana. Escuta. Pausas respeitadas. E principalmente: um olhar atento aos riscos psicossociais.


Hoje, depois de anos na advocacia, posso afirmar: empresas que ignoram o clima interno pagam caro. Seja em afastamentos, ações trabalhistas ou em rotatividade de funcionários.


Checklist de um ambiente de trabalho tóxico

Você é empresário ou gestora de equipe? Preste atenção nesses sinais:


Sinais de alerta:

  • Excesso de carga horária e horas extras como regra

  • Falta de pausas para descanso ou refeições

  • Metas inalcançáveis que causam esgotamento

  • Práticas de assédio moral (gritos, humilhações, ironias)

  • Comunicação agressiva ou autoritária

  • Falta de reconhecimento e incentivo


Ambientes assim afetam diretamente a saúde mental dos colaboradores, elevam os índices de afastamentos por doenças ocupacionais e aumentam os passivos trabalhistas.


3 exemplos práticos de ambientes tóxicos:

1. Metas inatingíveis e cobrança abusiva

Uma loja de varejo estipulava metas irreais. Quem não alcançava, era exposto em grupo de WhatsApp com emojis de “vergonha alheia”.

🔧 Solução: Reavaliar metas com base em dados reais, promover treinamentos e instituir práticas de feedback construtivo.


2. Falta de pausas e excesso de jornada

Em um escritório, os funcionários eram pressionados a trabalhar no horário de almoço para “dar conta” das entregas.

🔧 Solução: Estabelecer pausas obrigatórias, fazer gestão de tempo com clareza e reforçar o direito ao intervalo com lideranças.


3. Assédio moral disfarçado de “brincadeira”

Um gestor fazia piadas recorrentes com o peso de uma funcionária em reuniões. Ela adoeceu e foi afastada por depressão.

🔧 Solução: Treinar lideranças em comunicação não violenta, criar canal seguro de denúncias e aplicar advertências formais.


O que a lei diz sobre ambientes tóxicos e saúde mental

A empresa tem responsabilidade legal sobre o bem-estar no ambiente de trabalho. E negligenciar isso pode custar caro.


NR-1 e o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)

A Norma Regulamentadora nº 1 exige que toda empresa implemente um PGR – e isso inclui riscos psicossociais. O programa deve identificar, avaliar e controlar fatores que impactam a saúde mental.


Lei 14.831/24 – Marco Legal da Saúde Mental no Trabalho

A nova lei obriga empresas a mapear riscos emocionais e implantar medidas preventivas. Ela reforça a responsabilidade do empregador na prevenção de doenças ocupacionais de ordem psíquica.


Lei 8.213/91 – Previdência Social e os afastamentos

Essa lei estabelece o direito ao afastamento e ao benefício previdenciário em caso de doenças do trabalho. Ambientes tóxicos têm sido responsáveis por milhares de casos de afastamento por transtornos mentais, gerando impacto direto no INSS e nas empresas.


Impacto direto para sua empresa

Criar um ambiente saudável:

  • Reduz afastamentos e melhora a produtividade

  • Diminui a rotatividade e os custos com novos treinamentos

  • Evita ações trabalhistas por assédio ou más condições de trabalho

  • Melhora a imagem da empresa no mercado e nas redes sociais

Conclusão prática: por onde começar

✅ Faça um diagnóstico interno (pesquisa anônima + escuta ativa)

✅ Implante o PGR com foco em riscos psicossociais

✅ Treine líderes para promover respeito, empatia e comunicação eficaz

✅ Crie canais de escuta e denúncia confiáveis

✅ Acompanhe indicadores de saúde e clima organizacional


Empresas saudáveis não acontecem por acaso. São resultado de gestão consciente e ações práticas.

 
 
 

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